Texto descontraído do Fábio Barros, do blog o
Bacurau;)
O Carnaval de Pernambuco é, sem dúvida, um dos melhores do Brasil. É tempo de gréia, alegria e festa, mas, como reza a Lei de Murphy, é também tempo de algumas aporrinhações. Para evitar essas broncas, aqui vão algumas dicas pra se divertir na folia de Momo em Recife e Olinda:
1. Ao encontrar algum bloco que possui boneco gigante, preste atenção nas mãos do boneco pro mode não levar uma mãozada no quengo. Embora o efeito do álcool se vá logo após a chapuletada, não é, obviamente, uma sensação agradável.
2. Se você escutar alguém gritando "Madeeeeeeeeeeeeeeeeira", não se assuste, pois ninguém vai ficar derrubando árvore em pleno Carnaval. É apenas algum bloco ou banda cantando o hino do bloco "Madeira do Rosarinho", o qual você vai escutar umas 14.889 vezes por dia. Até a quarta-feira de cinzas, você saberá a letra de cor.
3. Não se incomode se, ao seguir um bloco, a bandinha tocar sempre as mesmas músicas. Também não se incomode se, ao seguir próximo bloco que passar, a banda deste tocar as mesmas músicas que o bloco anterior tocou. O Carnaval de Pernambuco é assim mesmo, é tradição. É a época do ano que os pernambucanos se reúnem pra ouvir as mesmas dez músicas de sempre.
4. Nem pergunte qual é o frevo novo que é a sensação deste ano. Faz tempo que isso não existe em Pernambuco. E nem invente de perguntar qual é a dança da moda. Você corre o risco de apanhar.
5. Nunca entre em discussão com algum pernambucano sobre qual é o melhor Carnaval dentre o baiano, o pernambucano e o carioca. Vocês nunca vão chegar a conclusão alguma.
6. Nunca pergunte pra onde um bloco está indo. Siga-o apenas. Nunca se sabe onde um bloco vai parar.
7. Em Olinda, não se desespere se você passar horas e horas sem ver passar algum bloco de Carnaval. O bom do Carnaval olindense é a espera.
8. Não leve carteira, relógio, telefone celular e outros pertences pra o meio da folia. O Bloco do Arrastão desfila todos os dias e a qualquer hora.
9. Se você for homem, não fique constragido em mijar no meio da rua quando der vontade. Se assim não o fizer, vai acabar mijando nas caçolas se tentar achar um banheiro. Se você for mulher, trate logo de achar um banheiro público e entrar na fila duas horas antes de chegar a vontade de falar com o homem do bocão.
10. No Carnaval de Olinda, se você for uma mulher bonita, correrá o risco de, sem o seu consentimento, ser agarrada, beijada, apalpada e outras coisas terminadas em "ada". Se você for homem e tiver uma namorada gatinha, nem passe perto da cidade alta. Mas, se você for uma mulher feia, é hora de aproveitar e tirar o atraso acumulado. Pois, em Olinda, vale o velho ditado: "não existe mulher feia; você é que bebeu pouco". Vai que é tua, baranga!
11. Outro ditado que vale no Carnaval: cu de bêbo não tem dono. Assim, vale mais usar o outro ditado "quem tem cu, tem medo" na hora de beber.
12. Não saia cedinho de casa pra ver o desfile do Galo de Madrugada. Este bloco não desfila e nem nunca desfilou de madrugada.
13. Em Olinda, depois de tomar todas, nunca tente subir a Ladeira da Sé à pé. Álcool só é combustível pra automóvel.
14. Se você for pra folia de carro, prepare-se para pagar antecipadamente 10 reais ao flanelinha pra deixar o carro na rua. Além disso, prepare pra enfrentar engarrafamentos homéricos.
15. Não fique constrangido se você estiver no meio de um bloco "lírico" e não souber o que porra é lirismo. Também não fique sem jeito se o bloco for um do tipo "bloco-de-saudade-de-velhos-carnavais" e você não estiver sentido saudade alguma. Metade dos participantes desses blocos também não sentem porra de saudade nenhuma.
16. Se você for alérgico a mofo, passe longe dos "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais".
17. No meio desses "blocos-de-saudade-de-velhos-carnavais", finja que sabe quem é Felinto, Pedro Salgado, Pierre, Fenelon e o velho Edgar Moraes. Assim, você se enturmará mais rápido com o pessoal. Se, por curiosidade, você perguntar quem são esses caras, provavelmente vai receber como resposta um constrangido "não sei".
18. Não há problema algum em não saber dançar frevo. 99% dos pernambucanos não sabem fazer o passo.